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Viajar é conhecer um mundo que não te pertence

📩 CopyLetter – Edição #053

Amsterdam — Museumplein

Leia a CopyLetter #053 ouvindo:
Nothing But Thieves — “Amsterdam”

Poupei cada centavo e então torrei tudo subitamente em uma grande e gloriosa viagem à Europa ou a outro lugar qualquer e me senti leve e feliz também.

Levou alguns meses, mas finalmente comprei uma passagem em um cargueiro iugoslavo que partiu do Busch Terminal, do Brooklin, para Tânger, Marrocos.

Zarpamos em uma manhã de fevereiro de 1957. Eu tinha uma cabine dupla só para mim, todos os meus livros, paz, sossego e estudo."

Jack Kerouac

Assim começa um dos textos autobiográficos de “Viajante Solitário”, livro em que Jack Kerouac, autor do clássico beat “On The Road”, conta suas andanças mundo afora.

Ao voltar de viagem e reler trechos do livro, tive a confirmação do que já sabia:

Viajar é conhecer um mundo que não te pertence.

Um mundo que não liga a mínima sobre você, de onde veio ou para onde vai.

Entre a multidão, você é mais um forasteiro qualquer.

Essa sensação pode incomodar as pessoas mais sensíveis, que desejam pertencer a algum lugar. Mas também pode inspirar quem enxerga o mundo como uma janela aberta — pessoas que veem na indiferença uma chance de aprender a viver fora da zona de conforto.

Felizmente, pertenço ao segundo grupo.

Poder viajar e desbravar o desconhecido, seja um novo idioma, um novo costume, um novo tipo de transporte e até uma nova comida, faz com que você perceba sua insignificância diante do mundo.

Mas, ao mesmo tempo, você percebe o quanto pode crescer e evoluir ao beber de uma fonte que até então estava inexplorada por você.

Tudo o que você precisa é de uma passagem.

A partir do momento que você se compromete com aquela passagem comprada, não tem mais volta, você vai se jogar no mundo.

O seu trabalho, sua família, seu dinheiro, tudo vai ser realocado em suas devidas prioridades para ser possível conquistar este seu direito de ir e vir, desbravando um novo país.

Precisa gastar todos os centavos, como Jack Kerouac? Não!

Mas assim fiz em 2019, quando embarquei para o meu intercâmbio em Londres.

Juntei cada centavo tocando em dezenas e dezenas de shows entre 2017 e 2019 — e foi assim que banquei quase dois meses de estudo, moradia, transporte e rolês na então terra da “Tia Betinha” 🇬🇧

Ou seja, passei 2 anos juntando dinheiro para viajar por 2 meses. 
(E ainda tive que contar moedas em Londres — literalmente)

"Mind The Gap"

Para muita gente, a conta não fecha. Na visão dos mais conservadores, isso tudo parece um grande esforço para algo que “termina” em poucas semanas ou meses.

O pensamento comum é:

“Melhor dar de entrada em um carro”… “Decorar a casa”… entre outras coisas.

Entendo quem pensa assim, principalmente os mais velhos, que tiveram uma vida mais escassa de oportunidades e recursos financeiros.

Mas eu não poderia deixar de caminhar com as minhas próprias pernas, sendo errado ou não. Eu tinha que viver isso.

Curiosamente, foi a partir dessa experiência internacional que minha vida financeira virou… Novas portas se abriram. Um novo mundo surgiu.

Ou melhor:
Um novo Lucas surgiu e conseguiu identificar oportunidades onde antes não via.

E tem mais:

Antes mesmo de terminar o intercâmbio, fechei um contrato com a ICGroup Education — agência de intercâmbio que contratei para estudar e morar em Londres, em 2019.

Eles precisavam de um copywriter. Eu, de trabalho…

Foi assim que acabei transformando meu investimento em retorno antes mesmo da viagem acabar. ($$)

De volta ao velho mundo

Felizmente, em 2025, não precisei contar moedas (literalmente) para viajar.

Há algumas semanas, voltei a Londres.

Em uma viagem intensa — 10 cidades em 30 dias — eu e minha digníssima fizemos tudo o que podíamos... e um pouco mais. Foi corrido, mas valeu cada segundo.

🚆 Primeira parte da viagem: só no trem.

  1. Madrid 🇪🇸 

  2. San Sebastián/Donostia 🇪🇸 

  3. Hendaye > Bordeaux 🇫🇷 

  4. Paris 🇫🇷 

  5. Amsterdam 🇳🇱 

  6. Londres 🇬🇧 

  7. Horsham 🇬🇧

2.415 km de trem — Fantástico! 🚊 

✈️ Segunda parte: avião + trem pela Itália.

  1. ✈️(Londres) > Pisa 🇮🇹 

  2. 🚂 Florença 🇮🇹 

  3. 🚂 Roma 🇮🇹 

  4. ✈️ Madrid 🇪🇸 > Brasil 🇧🇷 

Entre vinhos, comilanças e alguns "tilts mentais" ao mudar de idioma a cada três ou cinco dias (espanhol, francês, inglês, italiano), ainda consegui trabalhar — principalmente nos trajetos de trem.

Ah, e não pense que o inglês vai te salvar em todo lugar… Em áreas turísticas, sim. Mas nos bairros mais locais, o idioma do país manda e você vai precisar “dar o seu jeito”.

Fun fact: Em Pisa, na Itália, uma senhorinha que morava ao lado do hotel em que estávamos hospedados quis nos ajudar, indicando a direção da Torre.

Minha digníssima meteu o inglês na coroa (hahaha), aí depois ela se ligou e ajustou para o “italiano aportuguesado” e a senhorinha entendeu e ficou feliz da vida.

Fomos na direção indicada enquanto a senhora, com um grande sorriso no rosto, acenava feliz da vida na porta de casa.

Esse é o poder da comunicação… Sempre é válido tentar falar o idioma e respeitar a cultura do lugar onde você está. O mundo vai além do inglês.

Outro fato interessante é que o velho mundo está tentando ficar mais jovem. Por todos os cantos, havia muitas reformas e novas construções, inclusive em pontos turísticos.

Estaria a Europa em uma crise de “meia-idade”? (ba-dum-tss 🥁)

Toda vez que viajo, mesmo no Brasil, eu sempre procuro ver a cidade com os olhos de quem poderia morar ali.

— “Eu moraria aqui? Por quê?”
— “O que me faria ficar um ano inteiro… ou até cinco?”

Assim, me forço a ver a cidade como ela é…

Andando o máximo possível, usando transporte público, conversando com os locais, comendo onde eles comem, indo ao mesmo mercado que eles frequentam toda semana.

Enfim, a vida real.

Uma coisa que ficou muito clara nessa viagem foi: a importância de estar num ambiente agradável. Então, é fundamental as pessoas serem legais.

Exemplo prático:

Paris é linda, mas os parisienses (a grande maioria) são insuportáveis.

Já os italianos, espanhóis — e até os holandeses — foram muito gentis em todos os lugares que fomos.

Muito por isso, eu NÃO moraria em Paris.

Talvez a Paris de Hemingway fosse diferente…

Se você quando jovem teve a sorte de viver em Paris, então a lembrança o acompanhará pelo resto da vida, onde quer que você esteja, porque Paris é uma festa ambulante.

— De Ernest Hemingway a um amigo, 1950.

Bom... mas aquela Paris, a da carta, não existe mais.

Hoje, Paris está mais para uma vitrine cara, lotada e distante da alma que encantava Hemingway.

  • Não há mais cafés baratos onde se escreve com um caderno no colo.

  • O vinho bom e barato virou experiência gourmet.

  • E a boemia deu lugar às filas para fotos que serão postadas no Instagram.

Mas, mesmo assim, Paris é linda. Tem seu charme. Tem história.

“O time nesta situação e você no Louvre?”

Aqui está o “hack” para curtir Paris — sem os parisienses: Vá em agosto. Durante o verão, a maioria dos parisienses viaja para outras regiões da Europa.

Ou seja, você tem o melhor dos dois mundos: a linda Paris para apreciar SEM os parisienses. De nada!

E depois dessa andança — curta, mas intensa —, eu já tive alguns insights sobre onde poderia viver por um tempo.

A Itália foi a minha parte favorita da viagem, principalmente em Florença/ Firenze.

Mas para morar, escolheria outro lugar entre essas 10 cidades que passamos…

  1. Madrid 🇪🇸 

  2. San Sebastián/Donostia 🇪🇸 

  3. Bordeaux 🇫🇷 

  4. Paris 🇫🇷 

  5. Amsterdam 🇳🇱

  6. Londres 🇬🇧 

  7. Horsham 🇬🇧

  8. Pisa 🇮🇹 

  9. Florença 🇮🇹 

  10. Roma 🇮🇹

HOJE, a nossa escolha seria por Amsterdam (ou até alguma cidade próxima de lá) para viver por alguns meses.

Amsterdam com sol… Aproveite sempre que possível — mas leve uma blusa!

Antes que você pense naqueles “coffeeShops”, já afirmo de antemão que NÃO seria por esse motivo. Aliás, nem entrei naqueles “cafés mágicos”.

Em Amsterdam, o primeiro impacto foi brutal.
Desde a chegada na Estação de Zuid, percorrendo todo o caminho até a nossa acomodação, tudo foi impactante.

O que nos chamou mais a atenção foi a organização e limpeza da cidade, e claro, a educação e a proatividade dos holandeses. Mesmo quando eu tentei pagar em DINHEIRO em espécie, mas não aceitavam. rsrs

Dica: A maioria dos estabelecimentos em Amsterdam são “cashless”, então você só paga com cartão. E adivinha?

O meu cartão da Wise não funcionou em nenhuma loja por lá.

Minha sorte é que eu tinha outro cartão (C6 Euro), para não precisar usar meu cartão brazuca recheado de “taxas” em transações internacionais (IOF + cotação nada vantajosa).

» Sempre leve dois cartões “multimoedas”, além dos seus cartões brasileiros.

Agora, falando de acomodação, demos sorte.

Conseguimos pegar uma excelente hospedagem, fora da zona turística, mas, ainda assim, era possível ir a pé para o centro. Uma caminhada marota de 30 minutos, passando por parques, pelo Rijksmuseum, e claro, os famosos canais.

Já estou olhando AirBnbs e passagens para uma viagem mais lenta, ficando semanas/meses em Amsterdam e em alguns outros destinos.

Essa é uma das facilidades do trabalho remoto, temos que aproveitar, né?! 😎 

Se você tem essa “carta” na manga, você deveria ainda hoje abrir o seu Google Flights e começar a pesquisar seus próximos destinos.

Após sua viagem, eu te garanto:

• A sua referência vai mudar.
• Sua vida vai mudar.
• Sua forma de criar vai mudar.
• Sua forma de fazer negócio vai mudar.
• Sua forma de entender as pessoas vai mudar.

Este vai ser o seu melhor investimento!

Pude viajar para muitos lugares no Brasil, quando tocava com a banda…

… Mas nenhuma dessas experiências foram tão transformadoras quanto aquele meu intercâmbio de 2019 e essa última viagem por essas 10 cidades.

É um mundo totalmente diferente.

Faça um favor a si e invista mais em cultura, bagagem e idiomas.

Tente viver fora do modelo tradicional: casa > trabalho > faculdade > casa.

Ao longo do caminho, você vai acabar encontrando pessoas muito parecidas com você, de diferentes nacionalidades, mas com um propósito de vida muito similar. Aproveite.

Alegria Compartilhada… É alegria redobrada

Aliás, passar por essas 10 cidades foi um espetáculo, mas poder rever alguns amigos e conhecer alguns outros deixou a viagem ainda mais especial.

Paris 🇫🇷 

Em Paris, pude rever o Thomas, nosso amigo francês que conhecemos em Londres, em 2019. Depois, ele veio para o Brasil, estudou por 6 meses na USP, foi em cervejadas, bebeu corote, viajou de barco em Manaus e aprendeu português no Duolingo. Já podemos dar o CPF para ele, certo?

Ainda neste mesmo dia, conseguimos chamar o Matheus de Souza para bebericar algumas cervejas em um pub irlandês (para não ter parisienses) e depois fomos beber alguns vinhos às margens do Rio Sena com a galera. Após anos, enfim conseguimos nos encontrar presencialmente.

Amsterdam 🇳🇱 

Já em Amsterdam, tivemos a oportunidade de encontrar a Sara Montano e o Lucas Montano (do canal Lucas Montano), aproveitando que a cidade estava ensolarada e perfeita para uma (algumas) cervejas:

Este encontro só foi possível por causa do Jonata. Thanks, bro!

Inglaterra 🇬🇧 

Pude rever grandes amigos em Londres e em Horsham, com direito a futebol de sétima divisão e uma sonequinha marota no café — ninguém é de ferro, né?!

As viagens mais divertidas, sempre foram aquelas feitas entre amigos ou que encontramos alguns amigos.

Desta vez foi a Europa.

Da vez passada, foi desbravando a Argentina de carro, como detalhei nessas edições:

Então, se você está aí na dúvida em se jogar no mundo com uma mochila (ou muitas malas), a minha recomendação é uma só:

Se joga — pra ontem! 

Mesmo em eventuais roubadas, a sua viagem vai valer a pena. Você vai crescer e aprender a se virar em situações que nem sabia que poderia existir.

E para te dar um gás a mais nessa escolha, vou deixar aqui pra você um vídeo muito fod@ do Ricardo Franzen, mostrando como foi o mochilão dele.

Mas não é um vlog de viagens, o que destaco neste vídeo é como o Ricardo realmente se emocionou em viver essa experiência, mesmo estando “velho” para isso.

» Só assista, vai valer a pena! Põe na sua TV, dê o play e seja feliz.

Mal voltei... e já quero planejar a próxima.

Mas como falei na news passada, na próxima, eu vou somente com uma mochila.

Até a próxima edição.

Peace ✌️

📩 10/05 (sábado): Workshop ao Vivo: Newsletter Machine — O Sprint!

Neste sábado, 10 de maio, em apenas 4 horas práticas, eu e o HC vamos construir com você a base da sua máquina de marketing e vendas:

  • 4 newsletters originais e estratégicas, feitas ao vivo;

  • 4 anúncios para captar novos inscritos;

  • 4 posts orgânicos para LinkedIn e Instagram, derivados das newsletters;

  • Tudo escrito, diagramado e agendado.

Uma edição de newsletter bem feita não é apenas conteúdo…

É um lead magnet.
É um módulo de curso.
É um treinamento interno.
É o começo de um livro.

Cada e-mail é uma peça que move seu negócio. E, a cada novo ciclo, sua máquina de vendas fica mais forte.

Construa a sua. Venha pro Sprint!

Atenção: as vagas são limitadas!

💡Por dentro da Caverna

📖 O que estou lendo: Everbody Writes — Ann Handley (presentão do Aghacy)

🎧 O que estou ouvindo: Placebo - Loud Like Love

📰 Curadoria de Newsletters da Semana

Newsletters que você deveria ler nesta semana:

Não quer ler? Quem perde é você!

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