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Escrita Autêntica: Quando a Caneta Reflete a Alma
CopyLetter – Edição #015
Foto da minha palestra sobre Newsletters
Leia a CopyLetter #015 ouvindo:
Alice in Chains - "Man in the Box”
Semana passada não soltei a edição da CopyLetter.
Talvez você tenha percebido. Talvez não. Whatever.
O que importa de verdade é:
Soltarei a newsletter somente quando estiver sentindo que posso ajudar você com algumas linhas escritas, seja profissionalmente ou na vida pessoal – como já recebi excelentes respostas no e-mail. (Obrigado para quem responde!)
Os motivos de não ter soltado a edição na semana passada:
Mudança de Estado
Finalmente consegui sair de São Paulo/SP e voltei para o “Velho Oeste Paranaense".
Este será o destino final? Não.
Mas por enquanto, é o nosso lar.
Aqui, eu consigo enxergar como um L-A-R (ao contrário do que era em São Paulo/SP).Pequeno problema de saúde
Os dias que antecederam à mudança foram caóticos, com noite mal dormidas, muitas campanhas para rodar e ainda o trabalho doméstico de empacotar tudo e despachar caixas e móveis.
A parte engraçada é que eu me iludi antes da mudança ao pensar: “Nem trouxe tanta coisa para SP, bem empacotado caberia tudo num UNO”
Como diria o Rogérinho do Choque de Cultura: "ACHOU ERRADO, OTÁRIO!"
Foram 12 caixas, a maioria carregada de roupas, livros e parafernálias de escritório e cozinha. Foi um treino e tanto.
Como não tinha vaga na frente dos Correios, precisei carregar por quase 2 quadras as 12 caixas – cerca de 240 kg.
Com isso tudo, ao chegar aqui no Paraná, minha lombar tava um lixo e a minha imunidade foi pro saco. (Já estou bem!)Não queria escrever apenas por escrever
Não quis escrever – apenas por ter que escrever a news – e solta-lá na quinta-feira à noite. Estava sentindo como uma obrigação, quando na verdade, não é.
Isso me fez lembrar de uma entrevista do John Frusciante (guitarrista do Red Hot Chili Peppers), quando ele decidiu sair pela segunda vez da banda no auge da tour do álbum "Stadium Arcadium"…
“A música vem de dentro do músico e quando você está em turnê, você está ciente o tempo todo da impressão que você está passando às pessoas olhando pra você e ouvindo você. Dá-lhe a sensação de ser um objeto.
E eu acho que a maioria dos músicos estaria mentindo se dissessem que não enxergam, após fazer turnês por um longo tempo, o próprio público como um monte de objetos.
Eles objetificam você, e você por sua vez objetifica eles. Eles respondem da mesma maneira para as mesmas coisas todas as noites. Eles parecem máquinas, a um certo ponto."
A escrita também vem de dentro!
É preciso ter coragem e verdade para colocá-la pra fora.
O Processo de Escrita com Essência
Por mais que a newsletter possa ser usada para negócios (recomendo muito), não quero que a MINHA seja apenas um protocolo ou demanda de trabalho.
Após reassistir o podcast Liga da Escrita do Henrique Carvalho e Arnaldo Neto, eu fui ler o livro “The Writer Process” e as primeiras linhas já foram impactantes:
Tolstoi abre Anna Karenina com esta premissa:
"Famílias felizes são todas iguais.
Entretanto, toda família infeliz é infeliz à sua maneira."
Quando se trata de escritores e seus métodos, geralmente ocorre o inverso:
- Escritores felizes desenvolvem suas próprias formas únicas de trabalhar.
- Os infelizes enfrentam problemas semelhantes.
Após alguns anos consegui desenvolver meu processo de escrita (peculiar e duvidoso), mas que de certa maneira funciona.
De forma resumida, acabo separando em quatro partes:
Parte 1: Pesquisa e vivências;
Parte 2: Escolha da música ou playlist que vai embalar a escrita;
Parte 3: A escrita em si;
Parte 4: A revisão e publicação.
Parte 1: Pesquisa e vivências
Vou falar do meu processo de escrita para a CopyLetter já que sobre Copywriting eu já mostrei a parte mais importante nesta edição: A Arma Secreta dos Copywriters de Elite.
Ao longo da semana vou coletando informações úteis e imbecis, principalmente as imbecis. Pego essas informações e jogo no meu segundo cérebro (Obsidian) e deixo lá adormecidas.
Depois vou cruzando essas informações com músicas, filmes, momento de vida – e tudo o que pareça não ter qualquer nexo, mas que esquisitamente eu vejo alguma conexão. (Nem sempre sou compreendido)
Esse cruzamento de dados ocorrem quando estou lavando louça, tomando banho ou treinando na academia.
Parte 2: Escolha da música ou playlist que vai embalar a escrita
Essa parte vale tanto para escrever a minha news quanto para escrever campanhas.
Quando escrevo para terceiros e preciso encontrar o tom de voz e o ritmo desta pessoa, a forma mais simples que encontrei foi buscando músicas que me façam lembrar desta pessoa.
Eu curtia muito escrever para o Thiago Salomão, do Market Makers, pois o nosso gosto musical é muito parecido. Ficava fácil colocar o ritmo e a personalidade dele no texto.
Para news de hoje, por exemplo…
A minha primeira lembrança foi: eu dentro do carro com caixas para todo lado, logo, “Man In The Box” do Alice in Chains brotou na minha mente. Juntei isso ao fato de NÃO QUERER estar dentro da caixinha de regras do digital, como:
“É necessário postar com frequência”…
“Sua audiência está esperando por você“…
“Você precisa entregar o que sua audiência deseja”
Etc.
Desculpa, mas não farei isso!
Parafraseando o Jimi Hendrix:
“O público não sabe o que quer".
Eu explico:
Para entender a sua arte, o público costuma te rotular e colocar sua arte em "caixinhas" para ficar mais fácil o entendimento.
E quando o artista cria algo novo, disruptivo, a primeira impressão não agrada porque é diferente.
Mas depois eles se rendem.
Se depender apenas do público, você vai estar fadado a fazer as mesmas coisas de sempre, entregando o que estão acostumados, se tornando um objeto, um robô, assim como John Frusciante falou na entrevista.
Percebe como há muito mais pensamentos e sentimentos por trás da escolha de uma música para o momento de escrita?
No meu caso, eu preciso condensar toda essa bagunça mental e sentimental e transformá-los em linhas que possuam algum sentido, mas que me agrade primeiramente antes de agradar o público (você).
Se eu não for verdadeiro comigo, jamais serei verdadeiro com você.
Por isso eu prezo a minha verdade e liberdade antes de "procurar" agradar alguém.
Parte 3: A escrita em si
Só escrevo.
Apenas jogo no “papel” tudo o que vem aos meus dedos.
Tudo da forma
mais
crua
possível.
Escrita torta, mas verdadeira.
Nesta parte eu só preciso tirar da minha cabeça e do meu peito tudo o que estou sentindo.
Não preciso corrigir NADA.
Não preciso JULGAR o que está saindo.
A maioria das pessoas cometem este erro.
Querem escrever a frase perfeita. Querem formatar o texto enquanto escreve.
Esqueça isso!
Você só vai se frustrar.
Se possível, desligue até mesmo o corretor ortográfico.
Essa dica peguei com o HC, afinal, é horrível você estar escrevendo e do nada surgir algumas linhas sublinhas em vermelho.
Com certeza essa é a parte mais fácil e divertida do meu processo de escrita.
Parte 4: A revisão e publicação.
O ideal é separar em blocos diferentes o momento de escrita e revisão.
Eu gosto muito de escrever de noite e revisar pela manhã.
Ou então, escrever bem cedo e revisar após o almoço.
Sabe aquela frase “escreva com vinho, revise com café”, então, é por aí.
(Obviamente, eu não tomo vinho às 6h, quando escrevo pela manhã).
Outro fator importante é ter uma pessoa de confiança para revisar seu texto.
Como essa pessoa não está enviesada com o seu texto, ela pode trazer novas melhorias para o texto.
Não tem ninguém de confiança?
Use o ChatGPT (OpenAI) ou Claude (Anthropic), por exemplo.
(Eu sei que I.A pode ser mais agradável que muitas pessoas).
Além de compartilhar o texto com alguém próximo, eu também passo alguns trechos pela I.A, como se fosse um editor profissional lapidando meu texto.
Em relação a copy, tem alguns outros passos a mais: desde avaliação da escrita, ver se a copy está clara e forte, e claro, conferir se terá inclusão de alguns termos legais que o Compliance pode (vai sempre) pedir.
Recomendo que você tenha um bom café para este momento, essa parte do trabalho é mais racional e lógica, então transforme o momento “tenso” em uma experiência palatável.
Ah! E me marque no Instagram quando estiver preparando/tomando um bom café. (Aceito indicações de grãos).
E por hoje é só, amiguinhos!
» Trago DUAS novidades nos blocos abaixo.
Fique de olho 👁
Novidade #01:
A edição #016 da CopyLetter vai sair no próximo domingo às 20h.
Por que domingo e não mais quinta-feira à noite?
1 - Minha rotina mudou muito e não consigo focar na news como ela merece;
2 - Domingo é o meu dia mais introspectivo, costumo ver tudo o que rolou na semana anterior e faço o planejamento da semana que está iniciando.
Na maioria das vezes, eu planejo os próximos passos mais importantes da minha vida, muito além do planejamento semanal.
Inclusive, o domingo acaba sendo o dia que eu mais escrevo da semana. Então, acredito que vai ser enriquecedor compartilhar este dia com você.
Se você quiser sugerir algum tema, basta responder este e-mail ou me enviar uma mensagem no Instagram: @imlucasantonio
Por dentro da minha mente 🧠
📖 Para ler: The Writer Process - Anne Janzer
Deixei disponível no link acima a versão Kindle, logo, você pode baixar a amostra grátis e ver se é o que você espera. Mas digo de antemão: Sim, vai ser enriquecedor ler este livro para evoluir/encontrar seu processo de escrita.
🎧 O que estou ouvindo: Alice In Chains - Jar Of Flies
Minhas três músicas preferidas são: “Rotten Apple” que abre o disco; em seguida vem “Nutshell”; e a excelente faixa 4: “No Excuses". Trilha sonora perfeita para um domingo introspectivo.
“If I can't be my own
I'd feel better dead."
(Trecho final de "Nutshell")📺 O que vou assistir hoje: Oppenheimer
Sim, eu sei que estou atrasado. Mas tá achando que a vida é um morango? O trabalho não para só para eu ir ao cinema assistir a um filme de 3 horas. (Além da minha preguiça de enfrentar filas enormes).Mas já coloquei aqui na lista para assistir hoje de noite.
Além do filme, estou de olho na luta do UFC Invitational 5, entre Nicholas Meregali e Felipe Preguiça.
Novidade #02: CopyLetter Songs 🎸
Criei uma playlist no Spotify com todas as músicas das edições da CopyLetter. Já faz um tempo que estava com vontade de fazer isso.
Para ouvir é só clicar abaixo:
Quero ressaltar que comecei a colocar músicas a partir da CopyLetter #03, logo, o número de músicas é menor do que o número de edições da news.
Créditos: A primeira pessoa que eu conheço que criou uma playlist para newsletter foi o escritor Matheus de Souza em sua newsletter "Passageiro".
Indicações Sinceras ⭐️
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