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O Inimigo Comum
📩 CopyLetter – Edição #067

Leia a CopyLetter #067 ouvindo:
Rage Against The Machine - “Guerrilla Radio”
Construir audiência batendo nos outros pode até funcionar, mas saiba que tem prazo de validade.
Existe algo sedutor em apontar o dedo… Principalmente quando você está começando, ainda fora do radar, com poucos seguidores e sem muito a perder.
A lógica é simples: se o público está frustrado, atacar quem já está no topo é uma forma rápida de ganhar aplausos.
É o bom e velho “nós contra eles”.
Só que esse discurso tem um problema: pode cobrar um preço bem alto no futuro.
Um dos gatilhos mais poderosos no marketing é definir um culpado claro.
O livro A Carta de Vendas de 16 Palavras do Evaldo Albuquerque mostra isso de forma cirúrgica:
Depois que o leitor descobre os motivos que o fizeram fracassar em conquistar seu objetivo (ganhar dinheiro, perder peso, ser mais espiritualizado, etc) (Pergunta 4);
O próximo passo é apontar QUEM ou o QUE o IMPEDIU de vencer (Pergunta 5).
Veja só, isso não é só técnica de copywriting…
Estudos científicos mostram que quando encontramos um inimigo comum, o cérebro libera ocitocina — o “hormônio do vínculo” — e nos sentimos parte de um grupo, de uma tribo.
Na prática, isso une o público contra algo ou alguém: a indústria, o sistema, a elite, o guru. E, quando bem usado, esse gatilho move multidões.
Grandes campanhas exploraram isso com maestria…
A Apple, por exemplo, posicionou o PC como o robô cinza e opressor da mente criativa — e fez com que milhões se sentissem parte da “rebelião criativa” ao comprar um Mac.
Agora, corte para o marketing digital brasileiro de hoje… O movimento antiguru é a “nova rebelião”.
Pequenos players, recém-chegados, muitas vezes frustrados com fórmulas prontas e promessas furadas, encontram na crítica ao “guru” uma bandeira fácil de levantar…
E faz total sentido para quem está começando, pois ele não tem reputação a zelar nem amigos influentes no mercado.
É como o movimento punk nos anos 80: contra o sistema, contra a ordem, contra a estética. No underground, cotovelada é argumento. A rebelião é cativante, mas nem sempre inteligente.
A inocência e a burrice estão lado a lado…
É uma linha tênue entre ser ingênuo, seguir seus instintos e ser burro. Principalmente, quando você é jovem e acredita ter as respostas para todas as dores do mundo.
“Quando você é jovem tudo faz sentido
porque você é burro”.

Quando você cresce, o discurso encolhe

O problema de usar o inimigo comum como combustível é que isso vicia.
No começo, funciona. Você se posiciona contra o “sistema”, atrai atenção, viraliza. Ganha curtidas, comentários, aplausos.
Mas à medida que você cresce, o jogo muda. A audiência passa a esperar que você entregue mais do que revolta: espera por soluções, ideias e profundidade.
E aí, o personagem que você criou para desafiar os gurus vira uma prisão.
Porque se você parar de criticar, perde o engajamento. Mas se continuar criticando, começa a soar repetitivo, vazio e ressentido.
Quando a sua voz depende de um “vilão”, você nunca será protagonista da própria história.
E sabe o que é o pior?
Quanto mais você cresce, mais parecido com o “inimigo” você começa a parecer aos olhos da audiência… Só pelo fato de você estar se tornando relevante.
A plateia pode até aplaudir sua coragem no início… Mas com o tempo, ela começa a cobrar coerência.
Quando o ciclo do ódio se volta contra você

A maior ironia do movimento antiguru é que, quando dá certo, dá errado.
O discurso de revolta atrai, mas principalmente gente frustrada.
Pessoas que não querem só aprender… Querem um culpado… Um vilão.
E quando você, que era o rebelde, começa a crescer, a vender, a aparecer… você vira o novo alvo.
“Traiu o movimento.”
“Se vendeu.”
“Virou guru.”
Já escrevi sobre isso na newsletter "Você traiu o movimento".
Aos olhos de uma parte da audiência, pouco importa se o seu trabalho é bom, se o conteúdo é legítimo ou se você entrega mais valor do que os nomes que antes criticava…
O público que você formou não quer nuance… Ele quer trincheira, pancadaria, dedo no c# e gritaria!
E o pior… Você começa a perceber que precisa manter o personagem raivoso pra continuar sendo “relevante”.
Só que isso cansa, suga sua energia e te limita criativamente.
Porque enquanto você está ocupado atacando… Outros estão construindo.
Veja bem, não estou aqui para ser o advogado do diabo ou defender algum guru…
Pois, apontar o dedo pode ser legítimo. É necessário expor o que está errado.
Mas quando TODA a sua narrativa gira em torno disso, você deixa de ser autor e vira comentarista.
É o Léo Dias do marketing digital: vive de polêmica, caça clique, ganha visibilidade… mas constrói o quê?
No fim das contas, a pergunta que vale mesmo é:
Você quer ser lembrado pelo que criticou OU pelo que construiu?
Ideias > Pessoas

Não escrevo tudo isso pra te frear…
Escrevo esta newsletter para te lembrar que o jogo é mais complexo do que parece.
Para te lembrar: o crescimento real começa quando você parar de brigar contra pessoas… e começar a defender ideias.
“Great minds discuss ideas; average minds discuss events; small minds discuss people.”
Eu sei, eu sei… Frase clichê!
Bão, as frases clichês são clichês por um motivo: funcionam ao longo do tempo, pois têm fundamentos.
Se você quer se aprofundar um pouco mais sobre o que eu trouxe aqui nesta newsletter, deixo abaixo algumas sugestões de leituras para você:
“As Armas da Persuasão”, de Robert Cialdini — especialmente o capítulo sobre identificação e pertencimento.
“A Carta de Vendas de 16 Palavras”, de Evaldo Albuquerque — capítulo 7, sobre o Inimigo Comum no copywriting.
E se quiser pensar mais a fundo sobre legado e impacto, leia “Comece pelo Porquê”, de Simon Sinek.
No mais, desejo que você construa algo que valha ser lembrado.
Com ideias, com profundidade… E, sobretudo, com clareza de quem você quer ser quando chegar lá
Até a próxima edição, my friend.
Peace ✌️
Lucão.
💡Por dentro da Caverna
📖 O que estou lendo: Iludidos pelo acaso - Nassim Nicholas Taleb
🎧 O que estou ouvindo: Lô Borges - “Um girassol da cor do seu cabelo”
📺 O que estou assistindo: Gary Halbert - Direct Marketing Secrets Seminar

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✍️ Escrita por mim, Lucão
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